De novo a casa a interferir comigo.
Ou eu a interferir com ela - afinal, uma casa são as pessoas que nela habitam, e talvez eu esteja apenas a reagir à imposição de um espaço que por vezes não identifico comigo.
Como Alice, comi um bolo mágico, e estou a crescer para lá das paredes internas e invisíveis desta casa. Bato constantemente nos seus limites porque os meus se alargam a cada dia.
E então tenho visões de uma casa que não encaixam com esta. A métrica é diferente, o compasso também - os silêncios e as palavras não se ajustam aos meus. Nem a luz nem a sombra, nem a vida (ou a falta dela) dos objectos.
Somos nós quem dá valor a tudo o que existe. Somos ainda uma espécie de primeiro homem a dar nome às coisas. E eu preciso nomear o meu mundo.
Preciso ler, ler, ler, e conversar, conversar, conversar; depurar e lapidar e melhorar as minhas ideias na troca com os outros.
Preciso viver, preciso correr!
Preciso viver, preciso correr!
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