Gosto de escrivaninhas.
De janelas, e da luz a entrar por elas.
De portas. Águas-furtadas. Clarabóias. Cúpulas.
Gosto do cheiro da madeira a ser trabalhada, e do café acabado de fazer na cafeteira (cheiros de infância). Do cheiro do sol na roupa seca do Verão.
Gosto de sofás e de mantas e de candeeiros de mesa; das luzes indirectas que revelam mais na sua obliquidade.
Do toque poroso dos livros antigos; do cheiro que têm. De que haja pessoas com o cheiro deles na pele.
Gosto de andar na rua de manhã quando está frio; gosto de andar na rua no avesso do dia.
Gosto de ler As Tábuas de Buxo de Apronenia Avitia, e sentir que sou eu na Roma antiga com mais de cinquenta anos.
Gosto de andar com livros.
Gosto do começo do ano.
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