Rondava-me a escrita de um Vasco que é Gato. Eu parei e passei-lhe a mão ainda ao de leve:
(...)
O nosso encontro com os dias deve produzir centelhas.
Dois martelos que partilhem o ferro da sua reabilitação recíproca.
(...)
O que eu habito é a minha vulnerabilidade.
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Esta pressa de obsoleto. Que bulimia existe em nós que não nos permite a leveza de não precisar mais?
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Pois é, cabe-nos o desvão onde é necessário nadar em ácidos. Estamos nus, e só o que formos nos ilibará da corrosão.
(...)
Urgência de urgência, soro administrado por contágio, assim nos prolongamos como comboios sobre o mar.
Vasco Gato, in Rusga
P.S. - Sensível como sou à sensação física, o prazer, acrescentado à leitura, de pegar no livro. Espécie de caderno tão simples que chega a ser voluptuoso.
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