Há um prazer no fazer um trabalho que se gosta, que ultrapassa o trabalho em si.
Não sei quanto há, nesse prazer, de Pigmaleão e de Narciso, quando olhamos a obra pronta - olhamos a obra, ou a nós? É destrinçável? Estaremos a olhar afinal para as mesmas águas que Narciso?
(E ocorre-me a criação divina do homem à sua imagem, mas não irei por esses caminhos hoje)
Apesar de tudo o que se possa dizer em nossa defesa, e do quão pouco se goste de o admitir, creio que é inevitável uma certa dose de egocentrismo em toda a criação.
Mas talvez haja um atenuante - a satisfação do outro ao receber o trabalho feito.
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