(Z) ana:
"(...)
Os meus familiares puseram-se todos a chamar-me irresponsável (foi esta madrugada que descobri isso) quando comecei espontaneamente a manifestar uma vocação de liberdade. Quando, por pôr em causa as grades, comecei a contender com os meus companheiros de prisão que as aceitavam, e até cumpriam regras prisionais; como as que impõem aos detidos que velem pela conservação da sua cela, especialmente pela solidez da porta e das grades.
(...)
Assim eu sonho o meu primeiro livro. No qual não faria outra coisa senão este ir ao fundo necessário para arpoar a forma possível. A minha forma, evidentemente.
No dia em que este primeiro passo tiver sido dado começarei a ser eu. Na prosa como em toda a parte. Ou seja em toda a parte porque com prosa minha, descoberta.
(...)
Quando tenho uma relação sexual integralmente triunfante, sinto-me como quem peregrinou ao coração da Terra. O Tempo que pára, essa coisa da noite transformada oh Deus. (...)"
Nuno Bragança, in A Noite e o Riso
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