O lugar perfeito para escrever sobre um quarto que seja seu, é na casa de outros. O dia propício, é aquele que inicia com um superior de hierarquia familiar a colocar-te no lugar que, segundo ele, te pertence - o da obediência à sua vontade. Já repeti que por vezes os livros nos são tão próximos, que não há o que escrever sobre eles. Ou haverá, apenas não lhe sentimos a necessidade; são mais sentidos que pensados, se o posso dizer. Um quarto que seja seu , de Virginia Woolf, apesar de tudo, não é um desses. Não sei se existirão muitos livros que se aproximem com tanta perspicácia de questões que já coloquei sobre um assunto específico, de situações gritantes ou subtis das quais já me apercebi. Que retrate mesmo parte da minha realidade exterior. E ainda assim, leio-o sem grande emoção. Se calhar mesmo porque já pensei no mesmo; porque a situação da mulher na sociedade vem-me sendo mostrada a partir de casa, porque tenho bons exemplos das dificuldades colocadas às mul...
já alguma vez reparaste que, a não ser entre amantes com um nível de intimidade já profundo, os humanos não conseguem estar no silêncio, na quietude? ou porque aborrece, ou porque é demente, ou porque é uma conduta que cedo se torna embaraçosa, etc?
ResponderEliminarJá reparei, sim, até porque já tive momentos desses (acho que todos já os tivemos). Talvez esteja relacionado com o quão nos sentimos confortáveis, com o quanto sentimos que o outro nos dá o espaço para sermos apenas nós. Daí que ele se possa encontrar em quem tem um maior grau de intimidade (e não só entre amantes, na minha experiência).
EliminarMas quando estamos sozinhos também temos tendência a procurar barulho, para 'nos distrairmos'.
Eu começo a esboçar uma teoria: sentirmo-nos bem no silêncio, é sentirmo-nos bem connosco. :)
(já iniciaste o Vida Secreta?)
...ainda não. nem o Petróleo. as minhas leituras têm sido feitas lentamente, mais lentamente do que é desejável, se é que para isto de ler há velocidades, eheh. amanhã vou ao cinema, ver o último Tarantino, na terça trabalhar numa tela.
ResponderEliminartenho lido o Tuesdays With Morrie, um livro bem interessante e muito bem escrito. Mitch Albom. eu comprei este livro de Pascal Quignard precisamente porque vi ele muito bem elogiado por aqui. :) e já percebi que sim, que é bom autor(li um ou outro texto entre aqueles fragmentos). Obrigado :)
A velocidade desejável é aquela que é confortável. Não há cá regras para a leitura. :)
ResponderEliminarEu vou continuar a ler este do Ernesto Sampaio, e tentar ir ver Tarkovsky no cinema. Não me queixo. ;)
Sim, Quignard é bom. Mas eu sou um suspeita, porque gosto muito.
...aquele ciclo que a Medeia está a organizar? tu és de Lisboa, certo?
ResponderEliminartambém conto ir ver um ou dois do Tarkovsky, desse ciclo, no Porto.
:)
Sim. E sim. :)
EliminarEntão logo trocamos impressões. ;)
Bom cinema!
:) boas sessões.
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