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Das palavras

Todas as palavras adormeceram em mim.
Não ditas, não escritas. Por fazer.
À espera da forma, do contorno, da curva, do som, do tom. À espera de saírem em silêncio pelos olhos, pelos dedos; em sussurros pelos lábios, em movimentos pelo corpo. Em desenhos pelo traço do lápis no mover da mão.
À espera de serem tecidas na trama do som e silêncio.

Adormeceram em mim como sementes. À espera das primeiras chuvas.

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André Kertész , 1969 (fonte aqui)