Comecei a ler António Lobo Antunes. Depois de cerca de um ano de intervalo, voltei a entrar nas casas de perfumes antigos onde os mortos nos olham dos retratos. E com saudades, confesso.
Mas depois, por uma daquelas situações aparentemente banais, levei o Estação, do Nuno Bragança, para a rua. Puxei dele na aborrecida viagem do autocarro, e logo ele puxou por mim.
Uma mão cheia de contos curtos no comprimento, mas longos na profundidade e enormes na escrita. Cada conto é como um bom actor a representar um papel diferente; reconhecemos-lhe o corpo, mas a voz é absolutamente adaptada à história que conta.
Eu estou a anos-luz de ser crítica literária, e há poucas coisas que me interessam tão pouco quanto essa, mas a escrita do Nuno Bragança encheu-me as medidas - é vibrante, directa e absolutamente viva!
Foi a melhor surpresa que li nestes primeiros dias de mudança da estação.
E agora, reentro na casa de Lobo Antunes.
Certa que um dia farei uma directa em square tolstoi numa noite que talvez tenha riso.
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