Domingo é para o silêncio.
Para acordar sozinha em casa, abrir a janela, e ver o sol e a chuva a brincarem lá fora enquanto as pessoas dormem.
A casa é um aquário com silêncio no lugar de água; lá dentro, nenhum peixe, apenas eu, a arrastar um pouquinho os pés por entre essa "massa líquida" de silêncio. Tudo o que eu faço, entra nessa massa sem a quebrar, como nada que mergulhe na água a quebra - a música que ponho a tocar, a singular e violenta trovoada num céu de poucas nuvens brancas, que passou enquanto terminava o meu livro (acontecem sempre coisas estranhas quando leio Mircea Eliade), nada rasga o silêncio, que é, para mim, a voz do tempo a transformar-se. Domingo é dia do Senhor Tempo.
O mundo deixa de vir atrás de mim, fica atrás de mim. O tempo movimenta-se de outra maneira.
Domingo é dia de me metamorfosear em gato - sozinha e silenciosa; quieta, mas não parada. Saio do tempo histórico, e tenho o prazer de estar sossegada a pensar, "arrumando" o que deixei espalhado no passado.
Lá fora, o céu deixa tudo cor-de-rosa.
A casa é um aquário com silêncio no lugar de água; lá dentro, nenhum peixe, apenas eu, a arrastar um pouquinho os pés por entre essa "massa líquida" de silêncio. Tudo o que eu faço, entra nessa massa sem a quebrar, como nada que mergulhe na água a quebra - a música que ponho a tocar, a singular e violenta trovoada num céu de poucas nuvens brancas, que passou enquanto terminava o meu livro (acontecem sempre coisas estranhas quando leio Mircea Eliade), nada rasga o silêncio, que é, para mim, a voz do tempo a transformar-se. Domingo é dia do Senhor Tempo.
O mundo deixa de vir atrás de mim, fica atrás de mim. O tempo movimenta-se de outra maneira.
Domingo é dia de me metamorfosear em gato - sozinha e silenciosa; quieta, mas não parada. Saio do tempo histórico, e tenho o prazer de estar sossegada a pensar, "arrumando" o que deixei espalhado no passado.
Lá fora, o céu deixa tudo cor-de-rosa.
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