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Isto:

O prazer físico no acto do amor é como o gozo pela velocidade num corredor das Quinhentas de Indianápolis. O objectivo último é outro, mas não só.
Quando tenho uma relação sexual integralmente triunfante, sinto-me como quem peregrinou ao coração da Terra. O Tempo que pára, essa coisa da noite transformada oh Deus. Vontade de saltar de alegria por estar metida em vida, por haver alteridade e acender dos faróis com que os navios em marcha fazem sinais uns para os outros. Tenho então a sensação de que serei sempre uma criança, o acto sexual conseguido pega em mim como um banheiro de Espinho a mergulhar uma criança nas sucessivas ondas de um oceano que outra coisa não é senão ela própria e tudo.


Nuno Bragança, in Obra Completa 1969-1985

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