( http://modosdeolhar.blogspot.pt/2013/01/helder-reis-fotografia.html ) |
The Crunch
too much
too little
too fat
too thin
or nobody.
laughter or
tears
haters
lovers
strangers with faces like
the backs of
thumb tacks
armies running through
streets of blood
waving winebottles
bayoneting and fucking
virgins.
an old guy in a cheap room
with a photograph of M. Monroe.
there is a loneliness in this world so great
that you can see it in the slow movement of
the hands of a clock
people so tired
mutilated
either by love or no love.
people just are not good to each other
one on one.
the rich are not good to the rich
the poor are not good to the poor.
we are afraid.
our educational system tells us
that we can all be
big-ass winners.
it hasn't told us
about the gutters
or the suicides.
or the terror of one person
aching in one place
alone
untouched
unspoken to
watering a plant.
people are not good to each other.
people are not good to each other.
people are not good to each other.
I suppose they never will be.
I don't ask them to be.
but sometimes I think about
it.
the beads will swing
the clouds will cloud
and the killer will behead the child
like taking a bite out of an ice cream cone.
too much
too little
too fat
too thin
or nobody
more haters than lovers.
people are not good to each other.
perhaps if they were
our deaths woud not be so sad.
meanwhile I look at young girls
stems
flowers of chance.
there must be a way.
surely that must be a way that we have not yet
thought of.
who put this brain inside of me?
it cries
it demands
it says that there is a chance.
it will not say
"no."
Charles Bukowski, Love is a Dog From Hell, 1977
Antes, há vários anos atrás, a chuva e o vento enervavam-me porque os achava impeditivos. A trovoada, mesmo que à distância, fazia-me sentir insegura, desprotegida.
Depois, nem sei de que maneira, isso atenuou-se até me apetecer arriscar dizer que desapareceu. A chuva, o vento e a trovoada são tão naturais e maiores do que eu, que chego a sentir alguma calma na sua presença.
Mas hoje, quando saí para uma Lisboa meia inundada, apenas num curto percurso de autocarro coube todo o poema de Bukowski.
A chuva é o perfeito bode expiatório para o qual as pessoas lançam todas as frustrações de uma vida infeliz vivida no medo; justifica-as para mostrarem o seu pior.
A chuva é só uma desculpa, claro, e bastante cobarde; a verdade é que o poeta tem razão, muitas pessoas não são boas umas para as outras.
E isso é o mais triste de tudo - temos de estar muito mal connosco para maltratarmos aquele que é o nosso semelhante.
Mas eu também não direi "não".
também nao sei sei se pessoas são apenas boas ou somentes más.. intuitivamente creio que será apenas uma das 2 hipóteses, mas até hoje nunca descobri..
ResponderEliminarque já descobriste tu?
Que não sei nada, ahah.
EliminarMas acho que somos uma mistura; e que dependendo da educação, cultura e do nosso próprio caminho, o melhor ou pior vão sobressaindo.