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A mostrar mensagens de junho, 2016

Holes and absolutes

Surely our feelings and perceptions cannot all be identical. I suspect they may be quite different. The world is accessible to an original mind, it is hermetic only in a relative sense. It contains far more holes and far more absolutes  than are immediately apparent. Only we can't see them, we don't recognize them. Andrei Tarkovsky ,  15 july 1981, in  Time Within Time  THE DIARIES  1970-1986

Da arte

Close-Up , Abbas Kiarostami , 1990    (fonte aqui)

Visitação

Da disposição #39

(fonte aqui)

Recado #32

(fonte aqui)

Poema à noite #25

ESPAÇO I «A noite impôs ao céu uma servidão de inúmeras estrelas», e a via láctea aprende como nasce um cometa dilacerante, «que o meu corpo se despedace nas pontas das estrelas», Carlos de Oliveira , in Micropaisagem

Música à noite #67

As palavras

Tocamo-nos todos como as árvores de uma floresta no interior da terra. Somos um reflexo dos mortos, o mundo não é real. Para poder com isto e não morrer de espanto - as palavras, palavras. Herberto Helder E Herberto e Brandão

Em todas as ruas te encontro

Solstício

(fonte aqui) O dia mais longo.

Do dia:

On reading

André Kertész , 1969 (fonte aqui)

Da beleza #46

Há com certeza poucas coisas tão lindas quanto esta. Em Lisboa, será perfeito.

Da disposição #38

Untitled   -   Jan De Maesschalck  2011 (fonte aqui)

Ver o caminho

(...) Ver ou não ver é qualidade nossa, não atributo do real que nos cerca. É já manhã, e a vida esplende, fez-se de noite. O caminho para o fazer é melhor do que o fazer feito. Ruídos, claridade, pronúncia das palavras, toque ao piano. (...) Maria Gabriela Llansol , [De: Caderno 1.55, 106-109]

Da disposição #37

(fonte aqui)

Música à noite #66

Agonia e Ágape

Ter alguns dias livres de internet fora de Lisboa é bastante saudável. Há mais espaço para limpar a casa, visitar familiares, para apreciar o sol e sentarmo-nos no jardim a fazer uma fraca figura tentando pintar uma macieira no caderninho de aguarela... Há especialmente mais espaço (sobretudo mental) para ler quase de seguida o Ágape, Agonia , de William Gaddis. Porque é necessária alguma disposição. Quando cheguei ao posfácio, escrito por Joseph Tabbi, e ele me diz que na «história secreta» do livro se encontra ligação a Thomas Bernhard (em especial ao Betão), eu respondo-lhe: bem, sr Tabbi, isso não é nada secreto, é até algo gritante ao longo do livro. Porque para além das referências musicais e do "resmungar", é um monólogo cheio de modulações que chegam a ser avassaladoras em certos momentos, de uma fala que enreda com fios que levam de um pensamento a outro, até se estar preso dentro da angústia da personagem como numa teia pegajosa. É o piano mecânico, não

Programa para próximos dias:

Alphaville , Jean-Luc Godard , 1965 (fonte aqui)

Dia de sol:

Lá fora há sol. É apenas o sol mas os homens olham-no e depois cantam. (...) Alejandra Pizarnik , excerto do poema A Jaula

Da beleza #45

(fonte aqui)

Da disposição #36

(fonte aqui)

Recado #31

(fonte aqui)

Do dia:

Divagação #3 (sobre quartos)

O lugar perfeito para escrever sobre um quarto que seja seu, é na casa de outros. O dia propício, é aquele que inicia com um superior de hierarquia familiar a colocar-te  no lugar que, segundo ele, te pertence - o da obediência à sua vontade. Já repeti que por vezes os livros nos são tão próximos, que não há o que escrever sobre eles. Ou haverá, apenas não lhe sentimos a necessidade; são mais sentidos que pensados, se o posso dizer. Um quarto que seja seu , de Virginia Woolf, apesar de tudo, não é um desses. Não sei se existirão muitos livros que se aproximem com tanta perspicácia de questões que já coloquei sobre um assunto específico, de situações gritantes ou subtis das quais já me apercebi. Que retrate mesmo parte da minha realidade exterior. E ainda assim, leio-o sem grande emoção. Se calhar mesmo porque já pensei no mesmo; porque a situação da mulher na sociedade vem-me sendo mostrada a partir de casa, porque tenho bons exemplos das dificuldades colocadas às mulhere

A noite do dia:

oh meu astral amor será que tu não vês que estou de fora corcel imóvel branco sobre a praia cujas areias não tocam o teu seio nem o teu ventre cálido iluminam? Porque (analisemos) para te possuir nem subimos escadas nem descemos canções e só na tua língua junto à minha o promontório sofres e refreias. Por isso que das asas a pupila do desespero não nos colha nem tal a da esperança. Continuaremos porém a afirmar que as nossas almas sem dúvida alguma se completam e queremos num só corpo, o de um de nós, à escolha, ter o sentido verdadeiro e certo. A estremecer, como convém. Luís Garcia de Medeiros , in Noites