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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2016

Poema à noite #28

NENHUMA MÁSCARA Não sabemos ainda como perdemos as asas: se nos lancis dos terraços em voo sobre os pomares de amendoeiras, se nas sobrevoadas cumeadas dos bosques de bétulas em novembro, se nos olhos de água, se na puta da vida emitindo recibos e assinando avenças. Sabemos apenas que nos olhamos hoje e nenhuma máscara nos cabe no rosto. José Carlos Barros , in O Uso dos Venenos

Do dia:

(fonte aqui) E para acompanhar: Uma foto publicada por @sur_des_tablettes_de_buis a Out 26, 2016 às 3:02 PDT

Instantâneo #22

Sobe indolente o gato para as costas do sofá. Como um monte de folhas secas, espalha-se o corpo numa figura amorfa onde deixa de se distinguir o começo e o fim. Cansado ou desinteressado, ou cansado de tão desinteressado, ali fica. Se levanta a cabeça, é para olhar a chuva lá fora, ou algum gato que passa sentindo no pelo o que ele nunca sentiu.

Da disposição #48

(fonte aqui)

Da disposição #47

(fonte aqui)

Mood

(fonte aqui)

My kind of tv

(fonte aqui)

A dançar

Música à noite #80

O Nobel não me impressiona. O Dylan sim.

Breve divagação #11

Quando não sei o que escrever, quando nada vem à tona da mente, mesmo enquanto eu bracejo esforçadamente para tentar aí chegar, costumo preparar uma chávena de cevada. Ou, se o caso é mesmo grave, de café - porque há gestos que me evocam ideias, imagens que me evocam palavras; porque eu sou refém de detalhes, ao que parece. Não tem dado resultado. Todas as ideias se perdem rápido, escorrem como água. Ou, para ser talvez romântica (ou pirosa), como minúsculos pássaros, esvoaçam para um qualquer canto mal eu viro a cabeça de uma para outra, e aí ficam, numa escuridão de onde eu só ouço um ligeiro farfalhar de asas. Não haveria problema algum se eu não tivesse esta mania das palavras, que nada parece substituir. Paliativo: vir publicamente juntar palavras sem conteúdo num blog. Remédio: continuar as leituras. Projecto: sacar a lanterna do bolso, procurar esses pássaros esquivos e transformá-los em esquissos. Vou atrai-los com as palavras dos livros. Assim como quem dá milho aos