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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2015

Música à noite #40

My cup of tea.

Recado #22 (Pedaços de mim na fala dos outros #23)

 Porque não escreves? Quando ontem me fizeram esta pergunta, apercebi-me de como ela me é repetida de tempos a tempos por uma pessoa diferente, como um eco. A minha resposta é vaga ou silenciosa, denota provavelmente insegurança. Mas o que se responde a uma pergunta destas? Diz-se que não se tem jeito, que lemos o suficiente para nos apercebermos de que não sabemos escrever... Que está tudo escrito, que hoje o que fazemos são apenas adaptações... Que não se tem vida suficiente. Mas e isso importa? Melhor seria deixar de lado as constantes e impeditivas racionalizações e somente escrever. Pensa antes nisto: I began typing, not with the idea of writing a formal poem, but stating my imaginative sympathies, whatever they were worth. As my loves were impractical and my thoughts relatively unworldly, I had nothing to gain, only the pleasure of enjoying on paper those sympathies most intimate to myself and most awkward in the great world of family, formal education, busines

Da beleza #25

(fonte aqui)

Recado #21

(fonte aqui)

Música à noite #39

Para uma noite de calmaria #3

(fonte aqui)

Para uma noite de calmaria #2

Para uma noite de calmaria

61. LAMENTAÇÕES CIGANAS Estas alamedas fazem parte de uma das muitas metrópoles da Europa em plena decadência ou já mortas. Talvez seja Viena, que já o era desde há muito tempo. Não há tráfego e os ruídos do trabalho são raros. À tarde, os habitantes saem, sobretudo para frequentar confeitarias. Velhos violinistas entoam lamentações ciganas num qualquer lugar. Nada mais interessa. As salas de cinema estão vazias. Fotografias de actores expostas dentro de montras fechadas sem mercadoria. Às vezes, pressentem-se lojas desertas, com densas camadas de pó por todo o lado. Dizia Nisemback ter visto, há alguns anos, numa loja abandonada por um judeu emigrado para o Canadá, um despertador que assinala a hora exacta, não obstante se tratar de um instrumento de corda curta. E não há nenhum sinal sobre o pó que permita suspeitar que alguém vá, secretamente, dar-lhe corda. 62. A COR DO TEMPO O convento tinha a forma de uma margarida. Desprendendo-se de uma torre cilíndric

Poema à noite #7

Uma grande felicidade, Para roer até aos ossos. Ou para encher, à noite, os poços Da alma. Uma felicidade boa, Deixando o gosto na gengiva. Deixando o gosto da saliva. O gosto. Uma felicidade assim Que se metesse pela pele. Sem tu o seres, sendo fiel, Ainda. Uma felicidade feita Como quem ama, como quem come. Feita de cio. Feita de esperança. Feita De fome. José Cutileiro , in  Versos da Mão Esquerda

Música do dia:

Das leituras #4

Sobre a leitura da Bhagavad-Guitá , ocorre-me citar António Barahona no glossário desta edição: "Entretanto, Buda, ao ser interrogado acerca da natureza de Nirvana, manteve um nobre silêncio. "

Música à noite #38

Instantâneo #17

É a noite falsa dos dias que caminham para o inverno. É uma rua escondida num bairro esquecido, e há uma janela aberta com uma luz difusa onde uma mulher olha para fora. Olha para a rua vazia com uma paciência que se esgotou de esperança, e ainda assim espera que alguém passe, para enganar a solidão de uma casa mais triste que a rua, onde ela deixou de chegar aos objectos, de tão pequena se fez. Ninguém passa já naquela rua. A não ser os fantasmas da mulher à janela. All the lonely people Where do they all belong?

Pergunta #14

A beleza mata? É afinal aquilo que todos nós desejamos, um peso insuportável, uma lembrança constante dos nossos limites? A prisão de um desejo impossível, ou de um momento tão fugaz que é vislumbre apenas? É a beleza o sol de Ícaro?

Da disposição #19

Warhol unlimited @ MAM de Paris. (fonte aqui)

Música à noite #37

Dos livros

Día del libro, Barcelona  (Book Day, Barcelona) by Gabriel Casas , 1932  Collection: Arxiu Nacional de Catalunya (fonte aqui) Como eu te entendo, miúdo...

Música à noite #36

Da beleza: ficar acordada para ouvir a insónia do Tiago Sousa.

Resumo do dia:

Wim Wenders , As Asas do Desejo (1987) (fonte aqui)

Poema à noite #6

À meia-noite, pelo telefone, conta-me que é fulva a mata do seu púbis. Outras notícias do corpo não quer dar, nem de seus gostos. Fecha-se em copas: Se você não vem depressa até aqui, nem eu posso correr à sua casa, que seria de mim até ao amanhecer?" Concordo, calo-me. Carlos Drummond de Andrade ,   in O Amor Natural

Isto:

Na Europa, e com especial incidência nos Estados Unidos, proliferam inúmeras organizações que nada têm de hinduístas. Não passam efectivamente de uma moda, já em franca decadência, e que só contribuem para o lamentável equívoco de confundir Sanátana-Dharma com religião, moral, sentimentalismo, etc., e de Yôga com exercícios de relaxamento, ginástica terapêutica, desportiva, etc., noções completamente estranhas à tradição iniciática e primordialmente intelectual, que constitui o Hinduísmo. (...) O Hinduísmo, ou melhor, na sua autêntica designação, Sanátana-Dharma, não é uma religião. A religião comporta essencialmente o agrupamento de três elementos: um dogma, uma moral e um culto. Em Sanátana-Dharma não há nenhum dogma: há um Conhecimento a adquirir; não há propriamente moral mas dharma, conformidade à sua natureza, que implica obediência e disciplina; e há um culto, sim, mas o seu valor é puramente metafísico, tendo como alvo o Conhecimento, que conduz à Libertação, e não um val

Se os conselhos fossem bons, davam-se num blog (#7)

(fonte aqui)

Das topografias

Rose-Lynn Fisher - Topography of Tears (fonte aqui)

Do silêncio

Sem outro intuito Atirávamos pedras à água para o silêncio vir à tona. O mundo, que os sentidos tonificam, surgia-nos então todo enterrado na nossa própria carne, envolto por vezes em ferozes transparências que as pedras acirravam sem outro intuito além do de extraírem às águas o silêncio que as unia. Luís Miguel Nava , in Vulcão I

(parêntesis) #41

Dois braços, duas pernas, e todas as outras peças que fazem dela uma pessoa. Vê, cheira, fala, come. Chora.  Dir-se-ia uma pessoa, e ainda assim é claramente um objecto de usar e deitar fora. Pouco interessante depois de algum uso.