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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

Música para a meia-noite

Uma vez por ano, é altura disto:

Do dia:

Porque estamos no fim de 2015 e porque a menina que faz hoje anos me proporcionou um dos melhores momentos dele.

Pascal Quignard e eu #4

Jean de La Bruyère tinha uma preferência acentuada pelo verde. Com uma guitarra, fazia palhaçadas. Era feio. A parte de baixo da sua cara foi-se tornando mais pesada e achatada. Os lábios eram grossos e talhados por uma espécie de amuo cada vez mais demorado. Como toda a gente, esticava as mãos, o nariz, o olhar, na ansiedade de ser amado, mas de cada vez que teve expectativas de seduzir acabou a chorar os seus desgostos. Ganhou assim uma espécie de dor, no mínimo inestética e disfarçada, uma espécie de caruncho. Além disso, rígido, burguês, fiel, vaidoso, espampanante, inquieto, azedo, com um evidente ridículo, uma extrema gravidade no humor. Tinha a alma cravejada de desprezos. (...) Pascal Quignard escreve e eu leio. E se entre as duas coisas há espaço e tempo a separá-las, quando a segunda acontece, parece que ele está mesmo ali a falar-me, ou que escreveu para mim sem que sequer o soubesse. Tenho um fraquinho literário pelo monsieur Quignard. É coisa certa.

Fragmentos do dia

Fugir às nuvens, contornar a chuva, esperar que ela passe enquanto a olho pela montra cheia de céu. Driblar turistas (estou a começar a ficar boa nisto) e correr para o metro com um saco onde partilham espaço um chapéu, um cachecol, uma caixa de lápis de cor, um livro de Maria Teresa Horta e um de S. João da Cruz.

Do dia:

(fonte aqui)

Resumo do dia:

(fonte aqui)

Recado #24

(fonte aqui) Não esquecer :  Fazer uma tatuagem.

Música à noite #45

Gotta love the man .

Música à noite #44

On repeat .  Ad infinitum .

No dia mais curto

FALTA DE AR Joelhos e memórias é o que vai primeiro. A dificuldade em andar acompanhada pela incapacidade de recordar. Caímos e descobrimos a falta de ar ou como a luz do sol entra numa divisão só para ser seduzida pelas sombras. E. Ethelbert Miller , in Falta de Ar

Do dia:

Sabin Balasa , Song Between Day and Night  (fonte aqui) Hoje descobri o romeno Sabin Balasa.

toda a ciência transcendendo

COPLAS FEITAS SOBRE UM ÊXTASE DE ELEVADA CONTEMPLAÇÃO Penetrei onde não soube e fiquei não o sabendo, toda a ciência transcendendo. 1 Não soube então onde entrava; porém, quando ali me vi, sem saber onde parava, grandes coisas entendi; não direi o que senti, que fiquei não o sabendo, toda a ciência transcendendo. 2 De paz e de piedade era a ciência perfeita, em profunda soledade entendida, via recta; era coisa tão secreta, balbuciei nada dizendo, toda a ciência transcendendo. 3 Estava tão embebido, tão absorto e alheado, que ficou o meu sentido de todo o sentir privado; e o espírito dotado de um entender não entendendo, toda a ciência transcendendo. 4 Quanto mais alto se eleva, tanto menos se entendia, que é nuvem cheia de treva que a noite inteira alumia; por isso quem a sabia fica sempre não sabendo, toda a ciência transcendendo. 5 Quem lá chega de verdade de si mesmo desfalece; vai parecer-lhe falsidade o que antes certo parece; sua c

Poema à noite #10

A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito É uma dança de roda e de doçura. Berço nocturno e auréola do tempo,  Se já não sei tudo o que vivi É que os teus olhos não me viram sempre. Folhas do dia e musgos do orvalho, Hastes de brisas, sorrisos de perfume, Asas de luz cobrindo o mundo inteiro, Barcos de céu e barcos do mar, Caçadores dos sons e nascentes das cores. Perfume esparso de um manancial de auroras Abandonado sobre a palha dos astros, Como o dia depende da inocência O mundo inteiro depende dos teus olhos E todo o meu sangue corre no teu olhar.   Paul Éluard , in Poemas Políticos

Da beleza #28

Paul Cézanne (fonte aqui) A luz.

Música à noite #43

Da disposição #20

(fonte aqui)

Poema à noite #9

um homem e uma mulher aproximam-se de uma porta com uma chave na mão. avançam como se não respirassem. um deles mete a chave na fechadura e entram. assim que fecham a porta atrás de si, olham-se um instante e lançam-se um ao outro, prendendo-se com as mãos e abrindo caminho com a cara, com a boca. passado pouco tempo arrastam-se no chão procurando cada lugar do corpo com cada lugar do corpo, arqueando-se ou amoldando-se e vorazmente passando de uma para outra entrada. ambos têm a boca molhada quando se levantam, passada uma hora, arfando enlaçados, mas devora-os ainda uma sede quase infinita e impossível de satisfazer. Alberto Pimenta , in Obra Quase Incompleta

Música à noite #42

Mood .

Poema à noite #8

Ardem os campos o lago bebe brasas chove cinza na aldeia sem estrelas a noite dilui-se nenhuma pedra fala em silêncio levanta-se o vento escapei recordo que esqueci   Eva Christina Zeller , in Sigo a Água

Do dia:

  Krzysztof Kieslowski , La Double Vie de Véronique , 1991 (fonte aqui)

Da beleza #27

(fonte aqui)

Do dia:

(fonte aqui)                                                                                                                                                                                                                                                                            Ler, ler , ler.

Da beleza #26

André Kertész (fonte aqui)

Nostalgia

Os poemas que não foram escritos pesam sobre mim como a sombra acumulada de um verão Anise Kolz , in Cantos de Recusa   Andrei Tarkovsky ,  Nostalghia ,  1983 (fonte aqui)

Música à noite #41

Em modo repeat .