Atrás das cortinas, as luzes dos carros a passar na cidade muito distante. Do lado de cá, uma sala pequena, antiga, cheia de quadros em paredes azuis, como se ela própria uma pintura. Pela casa, vozes de países distantes fossilizadas em objectos, e ali, na sala, a voz de Tiago Sousa a ouvir-se através do piano preto de cauda.
Poucas coisas me emocionam como ouvir e ver pessoas a tocarem - há sempre alguma magia no falar musical, e o piano, de toque de gotas a uma gravidade dramática mas nunca feroz, enchia a casa e levava-a para outro lugar.
O Tiago Sousa em palco é um rapaz calado, mas fala de forma magnífica quando toca piano.
Comentários
Enviar um comentário