Avançar para o conteúdo principal

Poesia

(...) - A poesia, contudo, não é modo de expressão, mas conhecimento que implica o esquecimento de si mesmo, o abandono das limitadas perspectivas individuais, a partida à descoberta de landas desconhecidas. Na verdade, trata-se da criação de um homem futuro e antigo - a antiguidade é a juventude do mundo -, de antecipar e criar as coisas e os acontecimentos, não de reflecti-los. Trata-se sobretudo de ser fiel a uma exigência fundamental: a de mudar de vida, a de transformar o mundo, e, finalmente, a de ser capaz de deixar tudo, tudo abandonar por um novo espaço uno e múltiplo, sem humanismos sediços, sem culpabilidades sexuais, sem compromissos inquinados de ordem social, sem mutilações religiosas. (...)


Ernesto Sampaio, in As Coisas Naturais

Comentários

Mensagens populares deste blogue

On reading

André Kertész , 1969 (fonte aqui)