Atrás
de mim há o vazio pesado dos antepassados, e o rasto inverso que nos deixaram.
Piso
o chão onde eles caminharam.
Vivo
na casa que alguém construiu, como o pão que outro inventou; falo a língua que
todos eles lapidaram. Existo apenas porque eles existiram.
Sou
uma emanação do passado – visito ruínas sabendo que estou em casa.
Carrego
aos ombros milhares, milhões de fantasmas. Um
cordão umbilical liga-me ao primeiro homem.
O
peso da História. É insuportável.
um peso de facto... e de cada vez que respiramos, aspiramos moléculas que já passaram por praticamente todos os seres deste planeta, desde que há vida, moléculas com origem em todas as estrelas do universo observável... e expiramos moléculas que passarão por todos os seres a serem criados... moléculas que no final deste planeta serão espalhahas por todo o universo... o que dizer desse peso? (ou será absoluta leveza)
ResponderEliminarNão sei... não sinto isso como peso, na verdade. Não no sentido em que escrevia, pelo menos. Falava especificamente do ser humano enquanto ser histórico. O ar que respiramos faz-me pensar mais em união, talvez. :)
Eliminareu percebi esse peso que referias... e adorei o "visito ruínas sabendo que estou em casa".
Eliminar:)
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